ESSE DEVOCIONAL FOI ESCRITO PARA OS PROJETISTAS DA JUVEP DE JANEIRO DE 2011 POR REILNALDO BUI, E ESTAR NO BLOG www.todahelohim.blogspot.com
DE
UMA FEITA,
ESTAVA
JESUS
ORANDO EM CERTO LUGAR;
QUANDO
TERMINOU,
UM
DOS SEUS DISCÍPULOS LHE PEDIU:
SENHOR,
ENSINA-NOS
A ORAR COMO TAMBÉM JOÃO
ENSINOU AOS SEUS DISCÍPULOS.
(LEIA
LUCAS
11.1-13)
Se
pecamos por não orar, e quando oramos fazemos de forma inconveniente
e com as motivações erradas, então é bem oportuno considerar o
pedido que este discípulo fez a Jesus. Na sequência, Jesus cita
parte da oração que ensinara no sermão do monte (conhecida como
Pai Nosso) e depois algumas parábolas para estimular a fé e a
constância na oração.
Normalmente
interpreta-se a “parábola do amigo importuno” como um estímulo
para sermos insistentes com Deus até conseguir o que queremos. Esta
ideia é errada, pois se baseia numa interpretação equivocada desta
parábola. Para a compreendermos, precisamos entender a cultura
vigente daquela época, principalmente no que diz respeito à
hospitalidade: era inadmissível um vizinho recusar pão, seja o
motivo que for. Além disto, o visitante era hóspede “na
comunidade” e havia uma obrigação moral da comunidade em receber
bem o hóspede de qualquer família. O viajante ia embora se sentindo
bem recebido pela comunidade. Esta parábola ficou conhecida como a
do 'Amigo Importuno' por causa da frase se
não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará
por causa da importunação. A
palavra que foi (mal) traduzida por importunação é anaideia,
que significa desaforo, impudência, falta de moral. É
imprescindível entender que esta palavra não é aplicada ao
pedinte, mas ao vizinho dorminhoco, caso não suprisse a necessidade
do amigo numa hora destas. Jesus
não está dizendo que
Deus é como este vizinho e que devemos importuná-lo até Ele dar
tudo o que quisermos. Parafraseando, Jesus expõe a seguinte
situação:
Qual
dentre vós que tiver um amigo que for lhe pedir pão à meia noite
(para acudir um hóspede inesperado) teria coragem de recusar? Ainda
mais dando uma desculpa esfarrapada do tipo ‘meus filhos já estão
dormindo’... Vocês sabem que se não for pela amizade, fará por
causa da vergonha de não cumprir com uma obrigação social. Amigo
ponta firme é aquele que não age com impudência (falta de pudor),
que está sempre pronto para acudir uma necessidade. Deus é este
amigo. Mas aí você levanta a seguinte questão: por que então nem
tudo o que pedimos Ele atende? Vejo dois motivos principais.
O
primeiro tem a ver com a nossa obediência, compromisso e seriedade
com a Sua Palavra. Lemos em Provérbios 28.9 que o que desvia os
ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável. O
versículo é bem claro. Se você não se importa em saber a vontade
de Deus sobre determinado assunto e faz as coisas da sua maneira, Ele
não tem obrigação alguma de responder sua oração de socorro
quando as coisas derem errado. Se você não concorda comigo, tente
fazer isso. O segundo motivo tem a ver com os propósitos de Deus
para nós. Na sequência, Jesus expõe outra situação fazendo o
mesmo tipo de pergunta:
Qual
dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma
pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra?
Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião?
A
resposta é obvia. Note que o filho está pedindo para o pai um pão,
um peixe ou um ovo, isto é, gêneros de primeira necessidade (assim
como o amigo), para saciar sua fome. Se o filho faminto pedisse uma
caixa de bombom para saciar sua fome, muito provavelmente o pai não
lhe atenderia ao pedido, por mais que insistisse, pois o pai sabe
qual é a real necessidade da criança e o que é preciso para
supri-la. Para um infante, o bombom é mais gostoso que uma sopa de
legumes, mas um adulto sabe que não tem os nutrientes necessários
para seu crescimento saudável. Para os imaturos, Deus pode parecer
ruim não dando o que ele tanto quer, mas quando crescemos,
entendemos que o Pai tem o melhor reservado para nós, porque nos
ama. Há aquelas crianças que esperneiam até conseguir. Talvez esta
seja a turminha do “eu determino”. Tudo bem, você pode até
conseguir, mas sofrerá as consequências de uma saúde deficiente
mais tarde.
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