POR CAUSA DISTO, TRÊS VEZES PEDI AO SENHOR QUE O AFASTASSE DE MIM (LEIA II CORÍNTIOS 12.7-10).
Todos
nós temos necessidades e desejamos que elas sejam supridas. Algumas
destas necessidades são essenciais para a nossa vida, outras nem
tanto. Muitas vezes damos mais atenção para estas e não nos
preocupamos tanto com aquelas, a menos que estejamos passando por uma
profunda crise, a ponto de não termos, sequer, o que comer. Acredito
que (no momento) não é este o nosso caso. Mesmo assim, esperamos
que Deus satisfaça TODAS as nossas necessidades.
Mas será que Ele
realmente está comprometido em atendê-las? TODAS? Pense um pouco.
Em
Mateus 6.33 Jesus ensina que devemos buscar em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas. Note
que Deus não está assinando um cheque em branco aqui. Se
analisarmos o contexto desta passagem, Jesus vem discursando sobre
não ser como os gentios, cuja vida está centrada nas inquietações
cotidianas, ou seja, ganhar dinheiro para suprir suas necessidades.
Ah, é imprescindível, também, que gozemos de boa saúde para poder
trabalhar e viver bem... Não se preocupe! Deus sabe. Ou cremos que
Ele é onisciente ou não.
Conforme
vimos, quando alguém em nosso meio padece de alguma doença física,
levantamos clamores a todo pulmão, mas quando algum irmão passa por
alguma “crise espiritual” damos pouca ou nenhuma importância...
Devemos, sim, estar muito mais atentos a estas coisas, sem nos
preocupar com aquelas!
Mas
o que tem acontecido em nosso meio hoje em dia, que nos leva a
preocuparmos tanto com as coisas deste mundo (entenda, as coisas que
dizem respeito à nossa existência na terra)?
Em
outro lugar Jesus alerta: Neste
mundo passareis por aflições... Com
aflições devemos subentender doenças, acidentes, desemprego, e
diversas outras situações que denominamos de “mal”. Nós, seres
humanos, gostamos de ter controle sobre todas as situações de nossa
vida e acabamos “utilizando” Deus para que, através de nossas
orações, Ele possa cuidar destas aflições – que são as áreas
que não temos controle. Quando o mal subitamente acontece em nossas
vidas, imediatamente começamos a racionalizar para encontrar um
culpado. Ora, quem pode ser, senão o diabo, o inimigo de nossas
almas? Então travamos uma luta em oração, uma verdadeira batalha
épica espiritual, para que Deus mande as hostes celestiais
combaterem contra as malignas, e aguardamos “ansiosamente” o
grande vencedor desta guerra: se Deus, meu conforto e bem estar
estarão garantidos; mas se o diabo ganhar...
Será
que é assim que acontece? Parece ser este o pensamento vigente para
alguns cristãos, mas não estou bem certo que esta seja a realidade
no mundo espiritual.
Primeiramente,
não se trata de encontrarmos um “culpado” por tudo aquilo que
acontece com a gente, e que chamamos de mal. Há sim, fatores que
fogem ao nosso controle e que podem ser usados por Deus para o nosso
aperfeiçoamento. A isto a Bíblia chama de provação. Além disso,
Deus pode utilizar circunstâncias naturais (doenças, acidentes) ou
até mesmo um “mensageiro de Satanás” para provar ou depurar a
nossa fé (Tiago 1.2-4). Assim aconteceu com Jó, assim aconteceu com
Paulo. Ambos passaram por provações, oraram e Deus ouviu suas
orações; mas os resultados foram bem diferentes: para Jó, depois
de ensiná-lo tudo o quanto queria, Deus restituiu-lhe em dobro os
seus bens. Mas para Paulo, após este ter insistido em oração (note
que o apóstolo pediu três vezes) a resposta final foi: A
minha graça te basta!
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