...ASSIM
COMO NÓS TEMOS PERDOADO AOS NOSSOS DEVEDORES (MATEUS
6.12B)
Todo
pecado é uma dívida. Penso ainda que a questão do acerto de contas
tem sido um peso para muitos seres humanos por toda a história.
Pense em quantas vidas foram ceifadas por vingança e quantos
relacionamentos destruídos por causa de ofensas. É interessante
notar que nesta oração, Jesus mostra para nós os dois lados desta
moeda: somos devedores, mas também há aqueles que nos devem.
A
penúria deste litígio é tamanha que seus discípulos chegaram a
interpelá-lo: Senhor,
até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe?
Até sete vezes?
Ao
quantificar, Pedro tenta estabelecer uma tolerância para a
paciência, mas da forma mais piedosa possível (7 vezes é perdão
pra caramba!). Para surpresa de todos, Jesus extrapola:
...até setenta vezes sete! (Mateus 18.21,22).
No
AT, a ideia de perdão era algo tão elevado que só cabia a Deus.
Quando o Senhor estabeleceu olho
por olho, dente por dente,
Ele estava determinando que, na busca por justiça, a pessoa não
poderia ir além do dano sofrido. No NT, Jesus amplia a velha questão
do acerto de contas e surpreendentemente, estende a “possibilidade
de perdoar” a todos os homens.
E,
quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém,
perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas
(Marcos 11.25).
Infelizmente,
até hoje, muitos crentes vivem amargurados pois não sabem que há
esta possibilidade! Mais para frente, ao contar a parábola do credor
incompassivo Jesus eleva o perdão ao próximo de possibilidade para
praticamente uma obrigação (leia
Mateus 18.24-35).
Apelando para o nosso senso de justiça, leva-nos a meditar em nossas
atitudes comparadas com a atitude mesquinha e egoísta daquele servo
que foi perdoado de uma dívida impagável, mas não teve
misericórdia de um semelhante que lhe devia uma “mixaria”. Vemos
que quando retribuímos o perdão que recebemos de Deus, o Seu Nome é
santificado!
Também
aprendemos com esta parábola que durante nossa vida seremos
ofendidos inúmeras vezes. Pode ser que isto aconteça por meio
daqueles que mais amamos, e quando isto acontece, gera maior decepção
ainda. Porém, estejamos conscientes de que deveremos perdoar tantas
vezes quanto formos ofendidos, pois quanto àquela nossa dívida
impagável, já fomos perdoados. Paulo nos revela em Colossenses
2.14 que
o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de
ordenanças, o qual nos era prejudicial, foi totalmente cancelado
quando Cristo removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz. Ou seja,
nosso débito já foi quitado na cruz . Podemos questionar: Por que
alguém cancelaria a dívida de outrem? No caso de Deus a resposta é
graça e misericórdia. E o que Deus espera “em troca”? Nada além
do nosso reconhecimento e gratidão. Fomos perdoados para perdoar, e
é isto que Jesus está querendo nos ensinar. Paulo compreendeu esta
lição e concluiu:
Assim
como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós (Colossenses
3.13).
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